Desde muito pequena, sempre considerei o ato de escrever um desabafo, uma terapia, uma forma de organizar meus pensamentos. Não, eu não era aquela criança que nas reuniões de família se destacava por querer interagir com tudo e todos (apesar de ser bastante comunicativa no dia a dia) estava muito mais para aquela que se destacava por levar broncas da mãe por se esconder no banheiro com os gibis da Turma da Mônica que minha prima tinha, e passar a reunião toda trancada no banheiro, lendo e dando risada das aventuras daquela turma que marcou minha infância. ❤️
Com o passar do tempo, minhas habilidades artísticas foram se diversificando, mas nunca fui o que se tinha como "destaque" em algo que fazia. Na verdade, por muito tempo, eu sentia que não me encaixava de fato, em nada do que fazia. Minha mãe sempre cuidou de assegurar que estivesse ocupada o bastante cuidando de aprender, estudar e me desenvolver das melhores formas possíveis: fiz desde aulas de piano a cursos de teatro e desenho, e quando estava nas aulas de desenho, sentia que apesar de estar MUITO longe de ser a melhor da sala, estava rodeada de pessoas legais e que entendiam como era se sentir deslocado em quase tudo que era tido como normal. Então, fiz meu curso de Comunicação Visual (hoje nomeado como Design Gráfico) e foi lá que vivenciei meu primeiro contato - na prática - com a fotografia. E eu senti que aquela era uma forma de expressar o que eu sentia com a possibilidade de alcançar mais pessoas, com uma naturalidade surreal!
Na faculdade de Design Gráfico nos inúmeros trabalhos em grupo, quem liderava os aspectos fotográficos era eu. E quando meus pais perguntaram o que eu queria de presente de formatura, nem pensei em intercâmbio, carro, nada...só queria uma câmera para chamar de minha!
Acho que mais do que me expressar, as fotos tem o poder de contar histórias, de trazer lembranças, de evocar sentimentos com um simples olhar, ela traz de dentro e coloca para fora, esse é o poder que temos com uma câmera nas mãos.
Ingenuamente, por um tempo que considero longo demais, eu engavetei tudo isso. Esse poder, esses sonhos que a fotografia me dava vontade de alcançar... mas sentia dentro de mim que havia um vazio deixado por isso, por ter aberto mão do que eu realmente me sinto bem fazendo. Mas, os caminhos da vida por vezes se mostram espirais, e elas me trouxeram de volta a Fotografia, para o meu presente. E essa voz, que por muito tempo esteve calada, voltou a saltar para fora, com a potência de tocar a vida de mais pessoas, de alcançar novos patamares a cada novo projeto e com a meta de viver uma vida contando e ouvindo novas histórias de pessoas que passarem pelas nossas espirais, e principalmente, tocando os corações de quem encontrarmos nessa jornada.
Assim, esperamos encontrar novas histórias para contar na nossa jornada... com a mesma intensidade de amor e felicidade que rodeiam o nosso trabalho!